quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Gasoduto Bolívia-Brasil:

Desde a década de 1930 que Bolívia e Brasil negociavam a comercialização de petróleo e ensaiavam fazer o mesmo com o gás natural. A parceria foi efetivamente fechada em 1997, com a implantação do Gasoduto Bolívia-Brasil.

Em dezembro daquele ano, entravam em atividade as duas empresas responsáveis pelo transporte do gás: no Brasil, a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A. (TBG), e, na Bolívia, a Gás Transboliviano (GTB). A operação do sistema propriamente dito só foi efetivada em 1999, e, atualmente, o Brasil hoje conta com o maior gasoduto da América Latina.

Trajeto

O gasoduto possui 557 km em terras bolivianas e 2.593 km em território brasileiro. Ele começa na localidade boliviana de Rio Grande, 40 quilômetros ao sul de Santa Cruz de la Sierra, em um povoado com apenas 400 habitantes de origem indígena, e se estende até Porto Suarez, na fronteira com o Brasil. O sistema entra em solo brasileiro por Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e passa por mais quatro estados brasileiros: São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São cortados 137 municípios e 4.974 propriedades.

A tubulação fica enterrada a uma profundidade média de um metro, em uma faixa de terra com largura de 20 metros, que contribui para a segurança e proteção do gasoduto contra eventuais danos. 


Nacionalização do gás da Bolívia

O presidente boliviano Evo Morales decretou no dia 1º de maio de 2006 a nacionalização do setor de gás e petróleo do país. A decisão foi baseada no referendo de julho de 2004, em que a população decidiu a favor da recuperação da reservas por parte do Estado.

Na década de 1990, havia sido feita a privatizadas pelo então presidente Hugo Banzer, ex-ditador militar que foi eleito presidente após sua gestão no regime totalitário. Três empresas venceram as disputas pelas reservas: a britânica BP, a espanhola Repsol e a estatal brasileira Petrobras.

Com a nacionalização feita pelo governo de La Paz, todo o petróleo e gás explorados no país foram repassados para a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). A ação incluiu ocupação militar das refinarias, inclusive as da Petrobras.

A estatal brasileira é a petrolífera com mais participação no país - investiu lá US$ 1,5 bilhão entre 1997 e 2005. Só suas compras de gás, em 2006, representaram 18% do Produto Interno Bruto (PIB) boliviano.

A Bolívia é responsável por 50% do consumo brasileiro. No decreto de nacionalização, houve um aumento do imposto sobre a exploração do gás de 50% para 82%. As empresas que extraíam o produto no território foram obrigadas a se adequar às novas normas.

Histórico do gás natural no Brasil

O gás natural começou a ser usado no Brasil em 1950, pela região Nordeste. A produção teve início no estado da Bahia e era praticamente toda destinada às indústrias. No ano de 1959, foi registrada uma produção diária de um milhão de m³. Uma década depois, esse número triplicou.

Em 1973 e 1979, aconteceram as crises do petróleo, com forte elevação do valor do produto. O Brasil passou a sofrer mais as conseqüências na década de 80. Foi então que o gás natural se mostrou uma alternativa viável, ainda que timidamente, com o desenvolvimento da exploração da Bacia de Campos.



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